OSC significa Organização da Sociedade Civil. São entidades privadas, sem fins lucrativos, que atuam em causas sociais, ambientais ou culturais. Diferente de empresas, seu foco está no bem coletivo, não no lucro.
Para líderes que coordenam projetos de impacto social alinhados ao ESG, entender o que são as OSCs é essencial para estruturar parcerias mais eficazes, gerar valor mensurável e fortalecer a liderança.
No universo ESG (ambiental, social e governança), essas organizações são peças-chave. Elas conectam comunidades, empresas e governos em ações sustentáveis. Saber como identificar, mensurar e comunicar o impacto de uma OSC pode ser o diferencial para consolidar projetos com propósito e resultados reais.
Neste artigo, você vai entender o papel estratégico das OSCs, conhecer os diferentes tipos existentes, aprender como se relacionar com elas, além de descobrir ferramentas para medir e comunicar o impacto de forma clara. Tudo isso com foco em apoiar sua atuação como gestor(a) de projetos sociais de alto desempenho.
Organizações da Sociedade Civil são instituições privadas que atuam em benefício da coletividade. Elas não têm fins lucrativos, mas geram valor social e ambiental. Essas instituições podem atuar em áreas como educação, saúde, cultura, meio ambiente e inclusão.
As OSCs são regulamentadas pelo Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (Lei nº 13.019/2014). Esse marco traz mais transparência na relação entre OSCs e o poder público, especialmente em contratos de parceria e financiamento.
Muita gente usa os termos ONG e OSC como se fossem sinônimos. Mas, na prática, eles têm significados diferentes, e entender essa distinção é crucial para buscar as parcerias certas para seus projetos de impacto social.
ONG é uma sigla popular para "Organização Não Governamental". Trata-se de uma expressão informal, amplamente adotada pela mídia e pelo público em geral. Ela surgiu com força no contexto internacional, sobretudo após conferências da ONU, e passou a ser usada no Brasil para designar entidades da sociedade civil que atuam em prol de causas sociais, ambientais, culturais ou de direitos humanos, sem fins lucrativos.
Já OSC – Organização da Sociedade Civil – é o termo jurídico e técnico adotado oficialmente pela legislação brasileira, especialmente após a criação do Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (Lei nº 13.019/2014). Esse marco trouxe maior clareza sobre as regras de funcionamento, financiamento e prestação de contas dessas organizações, promovendo transparência nas parcerias entre as OSCs e o poder público.
Em resumo: toda ONG é uma OSC. Nem toda OSC é chamada de ONG.
Além disso, existe um terceiro termo importante: a OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público).
OSCIP, o que significa? Trata-se de uma qualificação concedida pelo governo federal, por meio do Ministério da Justiça. Para obtê-la, a organização deve atender critérios específicos, como transparência na gestão, prestação regular de contas e atuação em áreas de interesse público, como saúde, educação ou meio ambiente.
Essa certificação facilita o acesso a parcerias com o Estado e a celebração de termos de colaboração, convênios e contratos de gestão, que podem ser uma vantagem estratégica para quem busca ampliar o alcance dos projetos.
Para visualizar melhor como esses termos se aplicam, veja alguns exemplos de OSCs com atuação relevante e comprovada:
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o Brasil possuía mais de 820 mil OSCs registradas em 2020, cobrindo uma ampla gama de causas e territórios. Isso mostra o peso dessas organizações no cenário nacional e o potencial que elas oferecem para empresas e líderes como você, que atuam com impacto social e ESG.
Entender os tipos de Organizações da Sociedade Civil (OSCs) é o primeiro passo para firmar parcerias alinhadas ao propósito do seu projeto. Cada modelo organizacional possui características específicas, níveis distintos de estrutura e diferentes formas de atuação. Para líderes que buscam resultados mensuráveis e impacto social OSC com base em estratégias ESG, esse conhecimento é um diferencial estratégico.
A seguir, conheça os três principais tipos de OSCs no Brasil e como eles atuam na prática:
são formadas pela reunião voluntária de pessoas com um objetivo comum, seja cultural, social, ambiental ou comunitário. O foco está no coletivo, e não há a figura de um dono ou fundador com controle exclusivo. A gestão é feita por meio de assembleias, diretoria eleita e estatuto.
Exemplos de atuação:
Essas OSCs são importantes para fortalecer a base comunitária, envolver o território e criar soluções participativas. São ótimas parceiras para projetos que demandam engajamento local.
Diferente das associações, as fundações não são formadas por pessoas, mas sim por um patrimônio destinado a uma causa. Esse capital pode vir de indivíduos, famílias ou empresas, e deve ser gerido de forma perene, com foco em sustentabilidade e longo prazo.
Um exemplo clássico é a Fundação Bradesco, que mantém escolas gratuitas em todo o país, focadas em educação básica de qualidade e inclusão digital.
As fundações são indicadas para projetos com estrutura mais robusta, voltados a temas como educação, saúde e ciência. Elas costumam manter programas permanentes, e não ações pontuais, o que favorece parcerias duradouras.
Os institutos são um modelo bastante comum no meio empresarial. São organizações sociais criadas ou mantidas por empresas privadas para executar ações de responsabilidade social e ambiental. Apesar do vínculo com a iniciativa privada, operam com autonomia e foco no bem público.
Exemplos inspiradores:
Os institutos são aliados estratégicos na execução de metas ESG corporativas, pois já atuam com métricas, avaliação de impacto e alinhamento com padrões internacionais de sustentabilidade.
Leia também: Consultoria em ESG: como funciona?
As OSCs são aliadas estratégicas para ampliar o impacto social e alcançar os objetivos ESG. Elas têm expertise em territórios e causas, o que aumenta a efetividade das ações.
Empresas que integram OSCs em suas estratégias conseguem entregar valor real à sociedade. Além disso, conseguem mensurar melhor os resultados e comunicar de forma mais clara.
A parceria com Organizações da Sociedade Civil (OSCs) pode ser o diferencial para transformar boas intenções em resultados concretos, especialmente em iniciativas ESG. A seguir, destacamos três exemplos inspiradores de OSCs que têm gerado impacto social e ambiental mensurável, reconhecido nacional e internacionalmente.
Um dos mais antigos e bem-sucedidos projetos ambientais do Brasil, o Projeto Tamar atua há mais de 40 anos na proteção das tartarugas marinhas em todo o litoral brasileiro. A iniciativa, realizada pela Fundação Pró-Tamar, é um exemplo de como unir preservação ambiental e inclusão social.
Além da conservação das espécies, o projeto capacita e emprega moradores de comunidades costeiras em atividades sustentáveis, como turismo ecológico, artesanato e educação ambiental.
O Instituto Alana é uma organização da sociedade civil que atua com foco em educação, infância e sustentabilidade. Seu trabalho é pautado pela defesa dos direitos da criança e pela promoção de uma sociedade mais justa.
Entre seus projetos de destaque, estão:
Com presença internacional, o Instituto Alana também desenvolve relatórios, pesquisas e articulações políticas que ampliam o alcance do impacto gerado.
Vinculado a uma das maiores holdings industriais do país, o Instituto Votorantim é um exemplo de instituto empresarial com alta capacidade de articulação social. A organização desenvolve:
Atua em parceria com empresas, governos e OSCs, apoiando projetos voltados ao desenvolvimento local e à inovação em políticas públicas.
Ao se inspirar nessas organizações, líderes podem estruturar parcerias com OSCs que entregam valor real para a sociedade. Esses exemplos mostram que o impacto social OSC pode (e deve) ser avaliado com dados e indicadores claros, que é possível alinhar propósitos sociais ao mundo corporativo e ao ESG, e que as OSCs podem ser verdadeiras aliadas na construção de reputação e liderança estratégica.
Firmar parcerias com Organizações da Sociedade Civil (OSCs) é uma oportunidade estratégica para ampliar o impacto social e gerar valor compartilhado. No entanto, essas alianças devem ser construídas com planejamento, transparência e alinhamento de propósitos.
Para empresas que buscam se consolidar em projetos sociais alinhados ao ESG, o relacionamento com OSCs precisa ir além do apoio pontual. Deve haver compromisso mútuo com resultados, responsabilidade e geração de impacto real. Veja um passo a passo para construir parcerias eficazes:
Ao construir parcerias sólidas com OSCs, as empresas ganham mais do que aliados operacionais: ganham construtores de impacto ao seu lado. Essa relação precisa ser tratada com o mesmo grau de estratégia e responsabilidade que qualquer outra área crítica da organização. Quando bem estruturadas, as parcerias com OSCs fortalecem o pilar social do ESG, elevam a credibilidade institucional e ampliam a capacidade da empresa de gerar valor compartilhado.
Além disso, existem algumas ferramentas úteis que facilitam esse processo de construção de parceria com OSCs. Dentre as principais, podemos citar:
Estabelecer parcerias com OSCs vai além de um apoio institucional: é uma construção estratégica de confiança mútua e propósito comum.
Comprovar que o projeto gera impacto real é um dos maiores desafios. Afinal, mais do que boas intenções, os stakeholders (internos e externos) exigem transparência, dados claros e resultados mensuráveis.
Nesse contexto, as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) são parceiras estratégicas não apenas na execução, mas também na mensuração e comunicação do impacto gerado.
Medir o impacto social vai além de relatar atividades. É demonstrar transformações reais na vida das pessoas e nas comunidades atendidas. Quando bem feito, o processo de mensuração permite:
Boa parte das OSCs estruturadas já utiliza metodologias reconhecidas internacionalmente, o que facilita na hora de integrar esses dados aos relatórios de ESG e impacto social. Entre as ferramentas mais relevantes, destacam-se:
É uma abordagem estratégica que ajuda a visualizar o caminho entre os insumos (recursos investidos), as atividades desenvolvidas e os resultados esperados.
Ela permite mapear as causas e efeitos das ações sociais e criar indicadores específicos para cada etapa.
Exemplo: se um projeto oferece capacitação profissional para jovens, a Teoria da Mudança permite medir desde a participação nas oficinas até o índice de empregabilidade alcançado.
O Retorno Social sobre Investimento calcula quanto valor social é gerado para cada real investido no projeto. A metodologia converte resultados em indicadores financeiros, facilitando a comparação com métricas tradicionais usadas em empresas.
Exemplo: um SROI de 3:1 indica que, para cada R$ 1 investido, R$ 3 foram gerados em valor social, econômico ou ambiental.
Essas diretrizes ajudam a padronizar a comunicação dos impactos sociais e ambientais para que fiquem claros para investidores, conselhos e outros públicos estratégicos.
Esses modelos ajudam a comunicar o impacto das OSCs de forma profissional e comparável, fortalecendo o posicionamento das organizações.
É possível consultar relatórios públicos de OSCs com atuação relevante e impacto comprovado, como:
Esses relatórios demonstram como dados bem estruturados ajudam a contar histórias reais de transformação social, com credibilidade e profundidade. O impacto das OSCs, quando bem documentado, se torna um ativo estratégico para a reputação da empresa e a transformação da sociedade.
As OSCs são parte essencial de uma estratégia ESG bem-sucedida. Elas conectam o propósito à prática, com resultados mensuráveis e transformadores. Além disso, parcerias com OSCs geram valor para todos os envolvidos: as comunidades, as empresas, a sociedade e o planeta.
Agora, você pode usar esses conhecimentos para fortalecer seu projeto social, atrair parceiros e consolidar sua liderança com base em dados e impacto.
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