ESG: tudo que você precisa saber

Última atualização
fevereiro 10, 2021
Escrito por
MGN Consultoria

ESG: Você já ouviu falar deste tema? A sigla ESG advém do termo em inglês Environmental, Social and Governance – ou, em português, ASG, referindo-se à Ambiental, Social e Governança.

Essas três letras parecem simples, mas estão revolucionando o universo empresarial. É crescente o número de empresários que colocam a responsabilidade social também em seus investimentos. E, daqui para frente, a tendência é que esse movimento se intensifique ainda mais. 

Neste conteúdo, abordamos tudo que você precisa saber sobre ESG: sua definição, os conceitos e dados que comprovam sua importância para as empresas. Confira!

ESG: O que é?

ESG está na boca das pessoas. Investidores, empresários, empreendedores, tanto brasileiros, quanto estrangeiros, todos estão ligados nas discussões que norteiam o tema e entendem a importância de trazê-lo à tona, especialmente neste momento de pandemia. 

Esta sigla veio para ficar e está cada vez mais no centro dessa discussão. Mas, afinal, o que é ESG?

Environmental, Social and Governance (em português, Ambiental, Social e Governança) significa, no universo de investimentos, aquele que incorpora questões ambientais, sociais e de governança como critérios na análise para investimento, indo além das tradicionais métricas econômico-financeiras e, com isso, permitindo uma avaliação das empresas de forma holística.

Embora a sigla tenha raízes no mercado de investimentos, ela tem grande importância na agenda de impacto. Adotar princípios ESG quer dizer trazer para a empresa fatores que são cruciais para a transformação social e afetam diretamente os resultados da organização. 

O ideal é que as empresas utilizem o ESG em seus modelos de negócio. Os comportamentos em relação às questões ambientais, sociais e de governança devem ser colocados em primeiro plano.

Para isso, é preciso entender, antes, o que agrega cada um desses itens, conforme explicamos abaixo:

Ambientais (Environmental)

Agregam comportamentos como uso de recursos naturais, emissões de gases de efeito estufa, eficiência energética, poluição, gestão de resíduos e efluentes. 

Sociais (Social)

São fatores como políticas e relações de trabalho, inclusão e diversidade, engajamento dos funcionários, treinamento da força de trabalho, direitos humanos, relações com comunidades, privacidade e proteção de dados.

Governança (Governance)

Incluem itens como governança independente do conselho, política de remuneração da alta administração, diversidade na composição do conselho de administração, estrutura dos comitês de auditoria e fiscal, ética e transparência.

Agora, vamos entender um pouco sobre onde surgiu o ESG e qual a sua evolução no Brasil. 

ESG no mundo: De onde surgiu?

A sigla ESG surgiu pela primeira vez em 2005, em um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU). O documento, intitulado  “Who Cares Wins” (“Ganha quem se importa”, em tradução livre), reuniu 20 instituições financeiras de nove países para desenvolver diretrizes e recomendações sobre como incluir questões ambientais, sociais e de governança na gestão de ativos, serviços de corretagem de títulos e pesquisas relacionadas ao tema. 

O relatório chegou à conclusão de  que incorporar esses fatores no mercado financeiro gerava mercados mais sustentáveis e melhores para a sociedade. 

ESG no Brasil

Mesmo com um histórico mais antigo pelo mundo, a sigla ESG ainda é pouco conhecida no Brasil. Mas, como o tema tem rapidamente transformado a indústria de investimentos globalmente, é de se esperar que logo logo tome grande proporção por aqui também e deixem de estar apenas nos domínios das áreas de Relações com Investidores e de Sustentabilidade.  

Os Princípios para o Investimento Responsável (PRI), da ONU, trabalham em conjunto com sua rede internacional de signatários para colocar em prática fundamentos para compreender as implicações do investimento sobre temas ambientais, sociais e de governança, além de oferecer suporte para os signatários na integração desses temas.

No que se refere ao número de signatários do PRI, o Brasil conta com 62 membros, de acordo com o último relatório (2019) e, na comparação de 2019 com 2018, houve um crescimento de 33%. Ainda assim, o país representa somente 2% do total de signatários (3.145) do mundo.

Com a pandemia do coronavírus, as empresas brasileiras começaram a olhar a temática ESG com mais cuidado. Observamos um número crescente de razões estruturais pelas quais a participação dos investimentos ESG continuarão ganhando força no Brasil. Empresas que não derem atenção ao tema ficarão para trás. 


Acesse aqui o relatório do PRI


ESG: por que você deve dar atenção?

São muitas as razões pelas quais as empresas devem investir no ESG. Consideramos as mais importantes abaixo:

  1. Engajamento dos investidores: Há uma evolução significativa do número de investidores que consideram as questões ambientais, sociais e de governança em suas decisões de investimento e esse movimento só irá acelerar daqui para frente.

Exemplos de engajamento dos investidores é a criação do PRI, em 2005, e do Sustainability Accounting Standards Board (SASB, em português, Conselho de Padrões de Contabilidade de Sustentabilidade). 

Este último representa uma entidade criada para cuidar da comunicação de informações não financeiras das empresas, definindo padrões de divulgação de sustentabilidade específicos para cada indústria. 

  1. Comportamento dos consumidores: Outro fator que provavelmente conduzirá as empresas nessa direção está relacionado à mudança do comportamento do consumidor. 

Uma pesquisa da Nielsen, em 2017, mostrou que 81% dos consumidores acreditam fortemente que as empresas devem ajudar a melhorar o meio ambiente e mais de 60% dos consumidores estão muito ou extremamente preocupados com a poluição do ar, da água, uso de embalagens, resíduos de alimentos, etc.

  1. Retorno acima do mercado: Empresas alinhadas aos princípios de ESG são mais rentáveis. 

Segundo uma pesquisa realizada pelo PRI, dentre os cerca de 2.000 estudos publicados a respeito do assunto desde 1970, 63% concluem que existe uma correlação positiva entre a adoção de critérios ESG e retorno, enquanto 10% tem opinião oposta e 27% não encontraram relação entre ambos os fatores.

ESG: Da teoria à prática 

Como aplicar o ESG na prática? Para começar, é preciso entender se a sua empresa está em conformidade com os princípios do ESG. Para tanto, existem duas perguntas: 

  • A minha empresa tem projetos que contribuem para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU?

Os ODS são grandes norteadores para medir o impacto social de organizações. Eles representam 17 grandes metas instituídas pela ONU para vencer os maiores problemas de desigualdade social do mundo. O Brasil, por ser signatário, deve cumprir esses objetivos até 2030. Empresas privadas têm grande papel neste processo. 

  • A minha empresa está em conformidade com os Dez Princípios do Pacto Global?

O Pacto Global é uma chamada para as empresas alinharem suas estratégias e operações a 10 princípios universais nas áreas de Direitos Humanos, Trabalho, Meio ambiente e Anticorrupção e desenvolverem ações que contribuam para o enfrentamento dos desafios da sociedade.

10 princípios universais do Pacto Global 

Os 10 princípios universais do Pacto Global são:

Direitos Humanos

  1. As empresas devem apoiar e respeitar a proteção de direitos humanos reconhecidos internacionalmente; e
  2. Assegurar-se de sua não participação em violações destes direitos.

Trabalho

  1. As empresas devem apoiar a liberdade de associação e o reconhecimento efetivo do direito à negociação coletiva;
  2. A eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou compulsório;
  3. A abolição efetiva do trabalho infantil; e
  4. Eliminar a discriminação no emprego.

Meio ambiente

  1. As empresas devem apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais;
  2. Desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental; e
  3. Incentivar o desenvolvimento e difusão de tecnologias ambientalmente amigáveis.

Anticorrupção

  1. As empresas devem combater a corrupção em todas as suas formas, inclusive extorsão e propina.

Tanto os ODS quanto os princípios do Pacto Global resumem os desafios sociais, ambientais e de governança do nosso tempo. 

Eles só serão superados com a participação ativa de toda a sociedade. Por isso, tornam-se ferramentas norteadoras para as práticas pautadas no ESG realizadas pelas empresas. 

É comum confundir ESG com a Responsabilidade Social das empresas. Abaixo, explicaremos melhor a diferença. 

ESG x Responsabilidade Social 

No âmbito empresarial, a Responsabilidade Social é quando uma organização contribui para a sociedade e o meio ambiente por iniciativa própria, simplesmente com o intuito de proporcionar uma melhor qualidade de vida para a comunidade onde está inserida. 

Já o ESG são princípios que a empresa incorpora em sua estruturação enquanto organização, em seu modelo de negócio. É como se o ESG estivesse no esqueleto da empresa, ou em seu DNA. 

Assim, a Responsabilidade Social se encontra abaixo do ESG, como se fosse uma consequência. Quando uma empresa adota práticas ESG em sua organização, ela espontaneamente já incorpora ações de Responsabilidade Social. 


Responsabilidade social: tudo o que você precisa saber!


ESG x Sustentabilidade

A Sustentabilidade empresarial está muito ligada ao desenvolvimento de empresas e indústrias. Quanto maior for o crescimento de uma empresa, maior devem ser suas medidas que protejam aspectos sociais, ambientais e econômicos.

Dessa forma, é possível afirmar que o termo sustentabilidade, no universo empresarial e de investimentos, evoluiu para a nomenclatura ESG. Essa mudança de nomenclatura tem como fim tratar a sustentabilidade empresarial como um tema transversal, que impacta todos os setores e áreas corporativas, influenciando diretamente o negócio e sua estratégia. 

Incorporar ações de sustentabilidade e responsabilidade social na empresa é a cereja do bolo para aplicar o ESG na prática. Mas é importante ressaltar que o ESG é um processo central da gestão empresarial e deve contemplar todos os stakeholders (acionistas, clientes, fornecedores, colaboradores e comunidade ao entorno). 

Práticas ESG que podem ser adotadas pelas empresas 

Adotar práticas ESG nas empresas já não é mais uma escolha, em decorrência da pressão dos fundos de investimento e tendências de mercado mundiais. Por isso, destacamos algumas práticas que podem ser adotadas pelas organizações:

Sustentabilidade no modelo de negócio:

É importante que a sustentabilidade não esteja apenas na agenda de discussão, mas integrada à estratégia da empresa como um todo. A ideia é que as empresas comecem a abraçar as questões ambientais e sociais como parte da criação de uma estratégia de negócios sustentável, sendo integrada ao seu perfil de governança.

Formação de um conselho para debater o ESG:

Ter uma equipe de diretores qualificada e engajada por trás da execução de práticas ESG é fundamental para a efetividade das ações. Este conselho deve fornecer supervisão, questionar e se envolver nas decisões estratégicas do negócio. 

Aprimoramento da governança ESG interna:

O tema ESG não deve se limitar apenas à diretoria. Um programa de ESG bem elaborado deve incorporar controles focados na sustentabilidade, indicadores chave de desempenho e relatórios em toda a organização.

Todas essas práticas demonstram motivos suficientes para começar a aplicar ESG em seu negócio. Então, que tal começar agora? Clique aqui e entre em contato. 

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