O que podemos aprender com o Selo Municipal Direitos Humanos e Diversidade?

Última atualização
novembro 22, 2018
Escrito por
Luana Costa

O Selo Municipal Direitos Humanos e Diversidade da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) de São Paulo reconhece iniciativas de diversidade, inclusão e promoção de direitos humanos implementadas por organizações públicas e privadas que atuem na capital paulista.

A primeira edição do Selo aconteceu em 2018 e contou com o apoio da MGN em seu desenho e implementação, por meio da doação de serviços de consultoria.

Conhecida como a cidade mais populosa do Brasil, São Paulo possui, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 12 milhões de munícipes. Por isso, é um desafio imenso garantir oportunidades iguais para todas e todos.

Projetos e ações de organizações são uma forma de fazer a diferença e aumentar as oportunidades de inclusão de grupos de pessoas em situação de maior vulnerabilidade social. Reconhecer essas boas práticas é uma forma de incentivar que mais organizações levantem a bandeira da Diversidade.

Por isso, o objetivo do Selo Municipal Direitos Humanos e Diversidade é incentivar e valorizar essas iniciativas por meio de dois eixos principais: o reconhecimento de práticas inovadoras e a formação de uma rede de organizações premiadas.

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As categorias do Selo Municipal Direitos Humanos e Diversidade

As 10 categorias que o Selo foi distribuído estão diretamente associadas a alguns dos grupos em maior vulnerabilidade social. São eles:

  1. crianças e adolescentes,
  2. pessoa idosa,
  3. igualdade racial,
  4. imigrantes,
  5. LGBTI,
  6. pessoas com deficiência,
  7. juventude,
  8. mulheres,
  9. pessoas em situação de rua
  10. e pessoas privadas de liberdade ou egressas do sistema prisional.

Em todo o processo de concepção do Selo existiu a consciência de que é preciso olhar e reconhecer as especificidades de cada uma dessas categorias, porém foi importante reconhecer também as iniciativas transversais, que contemplaram mais de uma categoria e que, portanto, contemplaram muitos aspectos da diversidade e inclusão.

Durante a primeira edição, o Selo recebeu mais de 300 inscrições e, dessas, 133 iniciativas foram validadas e 65 ações foram reconhecidas.

A categoria crianças e adolescentes foi a que mais recebeu inscrições, representando 14% do total. Ela foi seguida pela categoria mulheres (13%), idosos (12%), juventude e imigrantes, ambas com 11%, igualdade racial e pessoas com deficiência, com 10%, LGBTI (9%), pessoas em situação de rua (6%) e pessoas privadas de liberdade e egressas do sistema prisional (3%).

Os três i’s da diversidade

É notório que as organizações se encontram em diferentes estágios de desenvolvimento em suas iniciativas de diversidade e inclusão. Muitos fatores internos e externos podem influenciar a tomada de decisões em relação à incidência dessas iniciativas.

Pensando assim, além de reconhecer que a diversidade se manifesta de forma múltipla ou individual na consideração de grupos sociais em situação de vulnerabilidade, o Selo adotou três dimensões pelas quais fez o reconhecimento das iniciativas. São elas:

  • Inclusão e gestão da diversidade: práticas de contratação e gestão de pessoas alinhadas com a diversidade e a proteção dos direitos humanos.
  • Investimento Social Privado: projetos externos à organização voltados à comunidade e à sociedade.
  • Imagem e posicionamento da marca: iniciativas voltadas a comunicação, marketing e desenvolvimento de produtos e serviços.

Essas três dimensões representam o que chamamos de “os três i’s da diversidade”, pois entende-se que boa parte das iniciativas que são realizadas no mercado se encaixam em alguma das opções acima citadas.

Adotar as dimensões no processo de concepção do Selo tem como objetivo abrir a possibilidade de destacar iniciativas sem fazer juízo de valor entre formas de promoção da diversidade e inclusão. Além disso, os três i’s apontam para as organizações as áreas de oportunidade de incidência de iniciativas.

Na primeira edição do Selo Municipal Direitos Humanos e Diversidade, 46% das organizações inscritas reconheceram suas iniciativas na dimensão Inclusão e gestão da diversidade. O dado é seguido por Investimento Social Privado (38%) e Imagem e posicionamento da marca (17%).

Auxiliar na concepção do Selo trouxe à MGN a abrangência e as maneiras das quais os direitos humanos e a diversidade podem se manifestar nas organizações, como as organizações já estão se preocupando com a pauta da diversidade e como ainda há muito caminho pela frente.

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