A sustentabilidade social é um dos pilares fundamentais do desenvolvimento sustentável. Ela se refere à construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e resiliente, onde todos tenham acesso a direitos básicos como saúde, educação, moradia e oportunidades econômicas.
Mais do que um conceito teórico, a sustentabilidade social representa uma prática essencial para empresas, governos e cidadãos que desejam gerar impacto positivo de forma duradoura. Isso não significa abrir mão do lucro — significa alinhar o crescimento econômico com a redução das desigualdades sociais e o bem-estar coletivo.
Adotar esse modelo de atuação amplia o valor das marcas, fortalece comunidades e contribui para um futuro mais equilibrado para todos. Continue a leitura e entenda tudo sobre sustentabilidade social!
Em 1972, surgiram, na Europa, as primeiras referências sobre sustentabilidade social. Porém, o tema só ganhou visibilidade com a publicação do Relatório Brundtland, também conhecido como relatório Nosso Futuro Comum.
O relatório foi publicado em 1987, após dezenas de reuniões da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, das Nações Unidas, liderada pela médica norueguesa Gro Harlem Brundtland e composta por especialistas de diversas áreas.
Este documento foi o primeiro a trazer, para o discurso político, o conceito de desenvolvimento sustentável. O relatório trouxe dados sobre o aquecimento global e a destruição da camada de ozônio, temas que eram bastante novos para a época de seu lançamento.
Além disso, ele também indicava uma série de metas a serem seguidas pelos países para evitar o avanço das destruições ambientais e o desequilíbrio climático.
Depois do Brundtland, outro documento que trouxe à tona o tema da sustentabilidade social foi a Agenda 21. Ele consiste em um instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. Nesse sentido, a Agenda 21 foi resultado da conferência Eco-92, que aconteceu em 1992 no Brasil.
Como se pode perceber, a sustentabilidade social teve como ponto de partida referências totalmente ligadas às questões do meio ambiente. Por isso, construir o conceito do jeito que ele é visto hoje tem sido um processo que perdura há quase três décadas.
O economista polonês Ignacy Sachs, um dos principais teóricos da sustentabilidade no mundo, define o termo como:
“Um conceito dinâmico, que leva em conta as necessidades crescentes das populações, num contexto internacional em constante expansão”
Foi Sachs quem dividiu o conceito de sustentabilidade em oito partes:
O teórico acredita que a sustentabilidade social complementa os demais tipos de sustentabilidades, porque está vinculada ao padrão estável de crescimento e à melhor distribuição de renda, com redução das diferenças sociais.
Hoje, podemos definir que o principal objetivo da sustentabilidade social é harmonizar a exploração dos recursos, o desenvolvimento tecnológico e as mudanças institucionais focadas no bem-estar social.
Para que a sustentabilidade social seja efetiva e duradoura, ela deve estar ancorada em princípios que promovam justiça, inclusão e bem-estar coletivo. Esses fundamentos não apenas orientam políticas públicas e ações sociais, mas também norteiam as estratégias das empresas e organizações alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Veja os principais pilares da sustentabilidade social:
Esses princípios são a base para ações de impacto real, e devem guiar tanto as políticas institucionais quanto as escolhas cotidianas de cidadãos, empresas e governos.
A responsabilidade social - seja adotada por empresas, governos ou indivíduos - está diretamente alinhada aos compromissos propostos pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Esses 17 objetivos compõem uma agenda global voltada para a erradicação da pobreza, promoção da justiça, proteção ambiental e construção de sociedades mais equitativas até 2030.
Ao adotar práticas de responsabilidade social, organizações contribuem de forma prática para metas como:
A conexão entre responsabilidade social e ODS reforça que não se trata apenas de filantropia, mas de um compromisso estratégico com o desenvolvimento sustentável. Quanto mais integradas forem essas ações ao modelo de gestão das empresas e políticas públicas, maior será o impacto positivo na sociedade como um todo.
Além das empresas terem que buscar ações para a transformação social porque é uma necessidade inerente à sociedade de hoje, também se faz necessário que as organizações cumpram a Norma ISO 26000.
Lançada em 2010, a Norma Internacional ISO 26000 dá as diretrizes básicas para que as empresas construam uma área de sustentabilidade e responsabilidade social.
O objetivo do ISO 26000 é fazer com que as organizações incorporem considerações socioambientais em seus processos decisórios e se responsabilizem pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente.
Isso implica em assumirem um comportamento ético e transparente que contribua para o desenvolvimento sustentável, esteja em conformidade com as leis aplicáveis e seja consistente com as normas internacionais de comportamento.
Também garante que a sustentabilidade social esteja integrada em toda a organização, seja praticada em suas relações e leve em conta os interesses das partes interessadas.
Para que a sustentabilidade social empresarial seja mais do que um discurso, é essencial mensurar seu impacto de forma objetiva. A ISO 26000 orienta que empresas adotem indicadores de desempenho alinhados à sua atuação social, garantindo transparência, melhoria contínua e tomada de decisão baseada em dados.
Confira alguns indicadores de impacto social que podem ser monitorados:
A definição de metas claras e a coleta periódica desses dados permite avaliar a efetividade das ações de responsabilidade social corporativa e demonstrar valor para investidores, clientes e sociedade.
A sustentabilidade social é essencial para construir uma sociedade mais justa, inclusiva e resiliente. Ela está diretamente relacionada às condições de vida das pessoas, grupos e comunidades, especialmente em contextos marcados por desigualdade social crescente.
Essa dimensão da sustentabilidade é frequentemente colocada à prova por dois tipos de vulnerabilidades:
Para ser eficaz, qualquer ação voltada à sustentabilidade social precisa tanto resistir quanto se adaptar a essas situações. E é nesse ponto que surge sua dimensão positiva: a capacidade de prever mudanças, fortalecer comunidades e gerar transformações duradouras.
Além disso, investir em sustentabilidade social traz benefícios concretos, como a melhoria da qualidade de vida, a redução da violência e o fortalecimento do senso crítico por meio da educação. Quando políticas educacionais e ações sociais são bem executadas, criam um efeito multiplicador que beneficia toda a comunidade.
Empresas que compreendem esse cenário têm a oportunidade de atuar de forma ética e estratégica, contribuindo para um futuro melhor — e mais equilibrado — para todos.
O conceito de sustentabilidade social nas empresas tem ganhado cada vez mais visibilidade — e não é por acaso. Organizações que desejam se destacar no mercado precisam ir além do lucro e assumir um compromisso real com práticas sustentáveis que valorizem as pessoas.
Hoje, consumidores e colaboradores buscam por marcas que promovem qualidade de vida no trabalho, respeitam seus públicos e atuam de forma ética em toda a cadeia produtiva. Mais do que produtos ou serviços, eles querem se relacionar com empresas que geram impacto social positivo.
Adotar ações de responsabilidade social corporativa não é apenas uma questão de reputação — é uma estratégia que fortalece a cultura organizacional, atrai talentos e contribui para uma sociedade mais justa e equilibrada.
🔎 Entenda mais sobre Responsabilidade Social nas empresas.
Há muitos exemplos de ações de sustentabilidade social que podem ser adotadas pelas empresas. Abaixo, seguem alguns exemplos:
Investir na área da educação, com certeza, é um dos melhores investimentos para a melhoria da qualidade de vida e do bem-estar social.
Um exemplo de ação envolvendo educação é a criação de programas sociais que visam contribuir para que os jovens de escolas públicas reconheçam e valorizem o papel da educação em suas trajetórias e possam, assim, ampliar suas visões de futuro.
Muitas vezes, os jovens de escolas públicas não têm boas referências dentro de casa e na comunidade onde vivem. Por isso, ter contato com colaboradores de empresas renomadas que tiveram oportunidades de estudos melhores pode ser um caminho para a sensibilização desses jovens e, consequentemente, para ajudá-los a construir uma perspectiva melhor de futuro.
🔎 Conheça a ação Estudar Vale a Pena, do Instituto Unibanco.
Cada vez mais, crianças e adolescentes estão se tornando sedentários e obesos. Os problemas de saúde em decorrência da falta de exercício físico estão aumentando, e isso também influencia na concentração nos estudos.
Por isso, investir em ações que ampliem o acesso ao esporte e o utilize como uma ferramenta educacional também diz respeito à sustentabilidade social.
Nesse sentido, isso se faz trabalhando as competências socioemocionais e fortalecendo a cultura esportiva na comunidade escolar, a fim de trazer excelentes resultados para a comunidade em que essas escolas estão inseridas.
🔎 Saiba mais sobre o Impulsiona Educação Esportiva, do Instituto Península.
A sustentabilidade social não precisa estar conectada diretamente com a sustentabilidade ambiental, mas as duas formam uma dupla poderosa quando o assunto é criar ações sociais.
É o caso do incentivo à reciclagem e à limpeza das ruas, um problema que atinge diretamente a população de uma determinada sociedade.
Um exemplo de ação assim é o plogging, que consiste em recolher o lixo nas ruas enquanto você caminha ou pratica corrida. Ao mesmo tempo que é uma ação esportiva, baseada nas tradicionais corridas de rua, também é uma ação com um viés socioambiental, porque tudo que é recolhido pode ir para separação e descarte correto dos materiais.
Leia mais em Plogging: conheça o esporte que une exercício físico com sustentabilidade
Sustentabilidade social também tem a ver com aprender sobre como administrar o dinheiro e cuidar para não criar dívidas, saber gastar o equivalente ao que ganha e, ainda, saber investir. Esses são aspectos importantes para a sociedade brasileira e que precisam estar na educação das crianças e jovens.
Por isso, investir em ações que levem a educação financeira para as escolas é um outro exemplo de ação de sustentabilidade social. Isso, por sua vez, é possível que seja feito através de atividades lúdicas e vivenciais, que fazem com que os alunos despertem para a importância de auxiliar no planejamento financeiro pessoal e familiar, ajudando a realizar sonhos e projetos de vida.
🔎 Conheça a ação Uso Consciente do Dinheiro, da Fundação Itaú Social.
A sustentabilidade social começa com pequenas ações que geram grandes transformações.
Como vimos ao longo deste conteúdo, promover inclusão, reduzir desigualdades e investir no bem-estar coletivo são passos essenciais para construir uma sociedade mais justa — e empresas têm um papel estratégico nesse processo.
Se você quer transformar ideias em impacto real, comece agora mesmo. Baixe gratuitamente o nosso Canvas do Voluntariado e dê o primeiro passo para planejar uma ação social alinhada aos princípios da sustentabilidade social.
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