A sustentabilidade social implica em gerar renda sem perder o foco na redução das desigualdades sociais, com o propósito de melhorar a qualidade de vida da sociedade.
Contudo, isso não significa que a empresa vai deixar de lucrar ou correr atrás do lucro. Ao invés disso, a ideia é criar um modelo de negócios em que o lucro não está mais acima de tudo, mas fazer com que a empresa comece a se preocupar também com o seu impacto na sociedade em que está inserida.
A sustentabilidade social, que diz respeito às pessoas, aos grupos e às suas comunidades, está sob ameaça constantemente, ainda mais com índices de desigualdade social tão absurdos. Isso dá à sustentabilidade social uma dimensão reativa aos mais diversos tipos de problemas sociais.
Esta vulnerabilidade da sustentabilidade possui dois aspectos de destaque: as tensões e os choques.
Por isso, ações focadas na sustentabilidade social devem incluir, em sua atuação, a habilidade para evitar e resistir às tensões e aos choques.
Mas a sustentabilidade social também possui uma dimensão positiva, que aumenta e fortalece capacidades, gerando mudanças e assegurando sua continuidade.
Nesse sentido, a dimensão positiva da sustentabilidade social está em sua capacidade para prever, adaptar e aproveitar mudanças no ambiente físico, social e econômico. Daí a sua importância para a sociedade.
Além disso, a sustentabilidade social é importante para todo mundo em uma sociedade. Quando as ações sociais são colocadas efetivamente em prática, possuem a capacidade de melhorar a qualidade de vida de toda população.
Um exemplo disso, por sua vez, é a diminuição da violência decorrente de ações com foco na melhoria da educação.
Dessa forma, o investimento na educação é uma forma de fazer com que determinada população tenha bom nível cultural, desenvolva senso crítico, consiga lutar pelos seus direitos e, consequentemente, aumentar a qualidade de vida da comunidade.
Já reparou como o mundo tem falado cada vez mais em sustentabilidade social? Com base nisso, as organizações que querem realmente se destacar precisam adotar ações que as tornem referência em práticas sustentáveis.
Isso porque tanto os consumidores quanto os funcionários já não querem mais ter a sensação de que as organizações não pensam apenas em seu próprio crescimento. Ao contrário, querem sentir que elas também pensam na qualidade de vida dos trabalhadores, públicos-alvo e de todas as pessoas envolvidas na produção e desenvolvimento de seus produtos e serviços.
🔎 Entenda mais sobre Responsabilidade Social nas empresas.
Há muitos exemplos de ações de sustentabilidade social que podem ser adotadas pelas empresas. Abaixo, seguem alguns deles:
Investir na área de educação, com certeza, é um dos melhores investimentos para a melhoria da qualidade de vida e do bem-estar social.
Um exemplo é criar um programa social que visa contribuir para que os jovens de escolas públicas reconheçam e valorizem o papel da educação em suas trajetórias e possam, assim, ampliar suas visões de futuro.
Muitas vezes, os jovens de escolas públicas não têm boas referências dentro de casa e na comunidade onde vivem. Por isso, ter contato com colaboradores de empresas renomadas que tiveram oportunidades de estudos melhores pode ser um caminho para a sensibilização desses jovens e, consequentemente, para ajudá-los a construir uma perspectiva melhor de futuro.
🔎 Conheça a ação Estudar Vale a Pena, do Instituto Unibanco.
Cada vez mais, crianças e adolescentes estão se tornando sedentários e obesos. Os problemas de saúde em decorrência da falta de exercício físico estão aumentando, e isso também influencia na concentração nos estudos.
Por isso, investir em ações que ampliem o acesso ao esporte e o utilize como uma ferramenta educacional também diz respeito à sustentabilidade social. Nesse sentido, isso se faz trabalhando as competências socioemocionais e fortalecendo a cultura esportiva na comunidade escolar, a fim de trazer excelentes resultados para a comunidade em que essas escolas estão inseridas.
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A sustentabilidade social não precisa estar conectada diretamente com a sustentabilidade ambiental, mas as duas formam uma dupla poderosa quando o assunto é criar ações sociais. É o caso do incentivo à reciclagem e à limpeza das ruas, um problema que atinge diretamente a população de uma determinada sociedade.
Um exemplo de ação assim é o plogging, que consiste em recolher o lixo nas ruas enquanto você caminha ou pratica corrida. Ao mesmo tempo que é uma ação esportiva, baseada nas tradicionais corridas de rua, também é uma ação com um viés socioambiental, porque tudo que é recolhido pode ir para separação e descarte correto dos materiais.
Leia mais em Plogging: conheça o esporte que une exercício físico com sustentabilidade
Sustentabilidade social também tem a ver com aprender sobre como administrar o dinheiro, cuidar para não criar dívidas, saber gastar o
equivalente ao que ganha e, ainda, saber investir. Esses são aspectos importantes para a sociedade brasileira e que precisam estar na educação das crianças e jovens.
Por isso, investir em ações que levem a educação financeira para as escolas é um outro exemplo de ação de sustentabilidade social. Isso, por sua vez, é possível que seja feito através de atividades lúdicas e vivenciais que fazem com que os alunos despertem para a importância de auxiliar no planejamento financeiro pessoal e familiar, ajudando a realizar sonhos e projetos de vida.
🔎 Conheça a ação Uso Consciente do Dinheiro, da Fundação Itaú Social.
Em 1972, surgiram, na Europa, as primeiras referências sobre sustentabilidade social. Porém, o tema só ganhou visibilidade com a publicação do Relatório Brundtland, também conhecido como relatório Nosso Futuro Comum.
O relatório foi publicado em 1987 após dezenas de reuniões da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, das Nações Unidas, liderada pela médica norueguesa Gro Harlem Brundtland e composta por especialistas de diversas áreas.
Este documento foi o primeiro a trazer para o discurso político o conceito de desenvolvimento sustentável. O relatório trouxe dados sobre o aquecimento global e a destruição da camada de ozônio, temas que eram bastante novos para a época de seu lançamento.
Além disso, ele também indicava uma série de metas a serem seguidas pelos países para evitar o avanço das destruições ambientais e o desequilíbrio climático.
Depois do Brundtland, outro documento que trouxe à tona o tema de sustentabilidade social foi a Agenda 21. Ele consiste um instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. Nesse sentido, a Agenda 21 foi resultado da conferência Eco-92 que aconteceu em 1992 no Brasil.
Como se pode perceber, a sustentabilidade social teve como ponto de partida referências totalmente ligadas às questões do meio ambiente. Por isso, construir o conceito do jeito que ele é visto hoje foi um processo que perdura há quase três décadas.
O economista polonês Ignacy Sachs, um dos principais teóricos da sustentabilidade no mundo, define o termo como:
“Um conceito dinâmico, que leva em conta as necessidades crescentes das populações, num contexto internacional em constante expansão”
Foi Sachs quem dividiu o conceito de sustentabilidade em nove partes:
O teórico acredita que a sustentabilidade social complementa os demais tipos de sustentabilidades, porque está vinculada ao padrão estável de crescimento e à melhor distribuição de renda com redução das diferenças sociais.
Hoje, podemos definir que o principal objetivo da sustentabilidade social é harmonizar a exploração dos recursos, o desenvolvimento tecnológico e as mudanças institucionais focadas no bem-estar social.
Além das empresas terem que buscar ações para a transformação social porque é uma necessidade inerente à sociedade de hoje, também se faz necessário que as organizações cumpram a Norma ISO 26000.
Lançada em 2010, a Norma Internacional ISO 26000 dá as diretrizes básicas para que as empresas construam uma área de sustentabilidade e responsabilidade social.
O objetivo do ISO 26000 é fazer com que as organizações incorporem considerações socioambientais em seus processos decisórios e se responsabilizem pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente.
Isso implica em assumirem um comportamento ético e transparente que contribua para o desenvolvimento sustentável, que esteja em conformidade com as leis aplicáveis e seja consistente com as normas internacionais de comportamento.
Também garante que a sustentabilidade social esteja integrada em toda a organização, seja praticada em suas relações e leve em conta os interesses das partes interessadas.
Agora que você entendeu como levar o conceito de sustentabilidade social à prática, que tal começar pelo planejamento?
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