Capitalismo consciente é uma prática focada em conduzir negócios por meio de valores integrados a todas as partes interessadas (stakeholders), como social, cultural, emocional, ético, financeiro, intelectual, físico, ecológico e, até mesmo, espiritual.
Muitos relacionam o capitalismo consciente a alguma prática ligada à psicologia, mas na realidade o termo está mais presente no universo das grandes corporações quando elas querem dizer que seus negócios não se restringem apenas à geração de lucro, renda e empregos, mas também a valores de bem-estar sociais.
Abaixo, falaremos mais sobre capitalismo consciente e como utilizá-lo em seu negócio.
Thomas Eckschmidt, autor do livro Conscious Capitalism Field Guide e outras publicações práticas para implementar os fundamentos de um capitalismo mais consciente, além de ser diretor geral do Instituto Capitalismo Consciente Brasil, acredita que o capitalismo consciente não foi inventado, mas sim revelado para a consciência do público em geral.
As práticas do capitalismo consciente não são novas, mas foram identificadas e documentadas em um estudo do professor Raj Sisodia, em conjunto com David B. Wolfe e Jagdish N. Sheth, que originou o livro Firms of Endearment – How World-Class Companies Profit from Passion and Purpose, publicado em 2003.
Em 2007, foi fundado a Conscious Capitalism, organização sem fins lucrativos dedicada a cultivar a teoria e a prática do movimento. A instituição tem como fundador, além de Raj Sisodia, John Mackey (co-fundador da rede de supermercados WholeFoods) e outros membros das comunidades acadêmicas e empresariais internacionais. Aqui no Brasil, existe o Instituto Capitalismo Consciente Brasil desde 2013.
Mas há quem defenda que o conceito de capitalismo consciente já existe desde a Idade Média. Segundo estudiosos da área, já nessa época, haviam corporações e elas eram consideradas por prestarem serviço à sociedade.
O papel das empresas começou a mudar no início do século XX, perdendo a diretriz de que elas também tinham uma função fundamental nas comunidades. Foi nesse período que as grandes empresas automobilísticas americanas deram um boom e a lucratividade passou a ser o principal objetivo das corporações.
Somente no final do século passado que a percepção sobre o papel das empresas mudou novamente. Diversas iniciativas começaram a despontar nessa época, no sentido de que as empresas podem e devem contribuir para o bem-estar social sem prejuízo no lucro. Foi nesse momento que surgiu o conceito de responsabilidade social empresarial.
Leia mais sobre responsabilidade social empresarial
Eckschmidt define o capitalismo consciente como uma prática que usa a força das empresas para servir ao desenvolvimento da humanidade, com o propósito de construir um mundo mais justo, sem perder de vista o lucro para os acionistas.
Quanto mais se aplica o capitalismo consciente, mais oportunidades de impactar positivamente o ecossistema da humanidade são abertas, gerando valor para todos os envolvidos, inclusive para a comunidade e para o meio ambiente. A prática melhora, até mesmo, a autoestima dos envolvidos, porque impacta diretamente no sentido de pertencimento.
Funciona assim: até hoje, o modelo de capitalismo que construímos não se preocupa com os recursos naturais, não observa os problemas da desigualdade social, e isso tudo só nos trouxe para uma situação de crise, com total falta de conexão com o coletivo. Foi aí que um grupo de estudiosos entendeu que o governo e as ações da sociedade civil não iam conseguir fazer a diferença sem o amparo do mundo dos negócios.
O capitalismo consciente conecta tudo isso e percebe que o meio ambiente é o equilíbrio fundamental para garantir o bem-estar social de todas as formas de vida do planeta. Como faz isso? Conceitualmente, ele engaja negócios para aliarem lucro, propósito e impacto social positivo.
Até aqui, o conceito de capitalismo consciente parece ser muito adequado para os tempos atuais, em que definitivamente o lucro já não é tudo para uma empresa. Mas como será que se faz na prática o capitalismo consciente?
Na raiz do capitalismo consciente há três fatores principais. São eles:
Ao estabelecer estes três fatores como norteadores, fica mais fácil entender como aplicar o capitalismo consciente em uma organização. Mas existem também outros fatores que contribuem para implementar na empresa práticas de capitalismo consciente, prezando pelo bem-estar social.
São quatro os princípios que norteiam uma empresa que pratica capitalismo consciente:
Esses princípios auxiliam empresas criando confiança e negócios saudáveis, perenes e resilientes. É preciso que a corporação tenha seus propósitos claros para orientar seus stakeholders sobre estes propósitos. Aí, em seguida, buscar lideranças ativas e alinhadas ao propósito para mudar ou implementar a cultura organizacional consciente.
Por exemplo, se o propósito da empresa é, além de criar um produto alimentício, pensar também no quão nutritivo este produto realmente é para o consumidor final, todos os envolvidos na empresa devem estar alinhados com essa diretriz. Desde os fornecedores de matéria-prima, embalagens mais sustentáveis e demais atores. Caso contrário, não estarão praticando o capitalismo consciente.
Ainda sobre este exemplo, é importante que a empresa estruture seu pensamento em cima da lógica de que é necessário criar um produto nutritivo diante dos inúmeros prejuízos causados pelas escolhas erradas que fazemos quando nos alimentamos: doenças, poluição, desperdício, perdas, etc.
A base de tudo está na consciência de que precisamos mudar o que foi feito até agora e trabalhar para a minimização de impacto negativo e pelo bem-estar social.
Certamente, o capitalismo que vivemos ainda hoje não funciona, mas é importante entender que há outras opções de capitalismo, como o criativo, o colaborativo e o integral. O modelo do capitalismo consciente ganhou força nos últimos anos e diversas experiências provaram que ele funciona, demonstra eficiência e sucesso.
Especialistas da área costumam ter como referência outras propostas que se alinham ou complementam às práticas de capitalismo consciente. A maior parte delas surgiu no século passado e até hoje continuam fazendo sentido. São elas:
Vamos dar escala a esse novo modelo de capitalismo para transformar a nossa sociedade atual e passar pelas crises prezando pela vida e pelo bem-estar social. A MGN está aqui para ajudar empresas a criarem e desenvolverem projetos que priorizem a transformação social positiva com consciência.
É chegado o momento de desenvolver marcas que constroem valor para as pessoas, que eduquem e oportunizem o desenvolvimento da nação. Se você acredita neste potencial das grandes corporações, clique aqui e vamos conversar.
Compartilhe