Capitalismo consciente: entenda tudo sobre

Última atualização
abril 6, 2022
Escrito por
MGN Consultoria

Capitalismo consciente é uma prática focada em conduzir negócios por meio de valores integrados a todas as partes interessadas (stakeholders), como social, cultural, emocional, ético, financeiro, intelectual, físico, ecológico e, até mesmo, espiritual. 

Muitos relacionam o capitalismo consciente a alguma prática ligada à psicologia, mas na realidade o termo está mais presente no universo das grandes corporações quando elas querem dizer que seus negócios não se restringem apenas à geração de lucro, renda e empregos, mas também a valores de bem-estar sociais.

Abaixo, falaremos mais sobre capitalismo consciente e como utilizá-lo em seu negócio.

Capitalismo consciente: “de onde veio isso?”

Thomas Eckschmidt, autor do livro Conscious Capitalism Field Guide e outras publicações práticas para implementar os fundamentos de um capitalismo mais consciente, além de ser diretor geral do Instituto Capitalismo Consciente Brasil, acredita que o capitalismo consciente não foi inventado, mas sim revelado para a consciência do público em geral.

As práticas do capitalismo consciente não são novas, mas foram identificadas e documentadas em um estudo do professor Raj Sisodia, em conjunto com David B. Wolfe e Jagdish N. Sheth, que originou o livro Firms of Endearment – How World-Class Companies Profit from Passion and Purpose, publicado em 2003. 

Em 2007, foi fundado a Conscious Capitalism, organização sem fins lucrativos dedicada a cultivar a teoria e a prática do movimento. A instituição tem como fundador, além de Raj Sisodia, John Mackey (co-fundador da rede de supermercados WholeFoods) e outros membros das comunidades acadêmicas e empresariais internacionais. Aqui no Brasil, existe o Instituto Capitalismo Consciente Brasil desde 2013. 

Mas há quem defenda que o conceito de capitalismo consciente já existe desde a Idade Média. Segundo estudiosos da área, já nessa época, haviam corporações e elas eram consideradas por prestarem serviço à sociedade. 

O papel das empresas começou a mudar no início do século XX, perdendo a diretriz de que elas também tinham uma função fundamental nas comunidades. Foi nesse período que as grandes empresas automobilísticas americanas deram um boom e a lucratividade passou a ser o principal objetivo das corporações. 

Somente no final do século passado que a percepção sobre o papel das empresas mudou novamente. Diversas iniciativas começaram a despontar nessa época, no sentido de que as empresas podem e devem contribuir para o bem-estar social sem prejuízo no lucro. Foi nesse momento que surgiu o conceito de responsabilidade social empresarial. 


Leia mais sobre responsabilidade social empresarial


Capitalismo consciente: definição do conceito 

Eckschmidt define o capitalismo consciente como uma prática que usa a força das empresas para servir ao desenvolvimento da humanidade, com o propósito de construir um mundo mais justo, sem perder de vista o lucro para os acionistas. 

Quanto mais se aplica o capitalismo consciente, mais oportunidades de impactar positivamente o ecossistema da humanidade são abertas, gerando valor  para todos os envolvidos, inclusive para a comunidade e para o meio ambiente. A prática melhora, até mesmo, a autoestima dos envolvidos, porque impacta diretamente no sentido de pertencimento. 

Funciona assim: até hoje, o modelo de capitalismo que construímos não se preocupa com os recursos naturais, não observa os problemas da desigualdade social, e isso tudo só nos trouxe para uma situação de crise, com total falta de conexão com o coletivo. Foi aí que um grupo de estudiosos entendeu que o governo e as ações da sociedade civil não iam conseguir fazer a diferença sem o amparo do mundo dos negócios. 

O capitalismo consciente conecta tudo isso e percebe que o meio ambiente é o equilíbrio fundamental para garantir o bem-estar social de todas as formas de vida do planeta. Como faz isso? Conceitualmente, ele engaja negócios para aliarem lucro, propósito e impacto social positivo

Capitalismo consciente: como fazer 

Até aqui, o conceito de capitalismo consciente parece ser muito adequado para os tempos atuais, em que definitivamente o lucro já não é tudo para uma empresa. Mas como será que se faz na prática o capitalismo consciente?

3 fatores principais do capitalismo consciente 

Na raiz do capitalismo consciente há três fatores principais. São eles:

  1. Preocupação crescente com a degradação ambiental e com a disseminação da miséria;
  2. Conscientização de que a solução desses problemas só será possível com a participação ativa do mundo empresarial;
  3. Concepção do Pacto Global (ONU), que definiu os princípios de envolvimento do setor privado na solução dos problemas da humanidade.

Ao estabelecer estes três fatores como norteadores, fica mais fácil entender como aplicar o capitalismo consciente em uma organização. Mas existem também outros fatores que contribuem para implementar na empresa práticas de capitalismo consciente, prezando pelo bem-estar social. 

4 princípios básicos do capitalismo consciente 

São quatro os princípios que norteiam uma empresa que pratica capitalismo consciente:

  1. Propósito;
  2. Orientação para stakeholders
  3. Liderança ativa; e
  4. Cultura consciente.  

Esses princípios auxiliam empresas criando confiança e negócios saudáveis, perenes e resilientes. É preciso que a corporação tenha seus propósitos claros para orientar seus stakeholders sobre estes propósitos. Aí, em seguida, buscar lideranças ativas e alinhadas ao propósito para mudar ou implementar a cultura organizacional consciente. 

Por exemplo, se o propósito da empresa é, além de criar um produto alimentício, pensar também no quão nutritivo este produto realmente é para o consumidor final, todos os envolvidos na empresa devem estar alinhados com essa diretriz. Desde os fornecedores de matéria-prima, embalagens mais sustentáveis e demais atores.  Caso contrário, não estarão praticando o capitalismo consciente. 

Ainda sobre este exemplo, é importante que a empresa estruture seu pensamento em cima da lógica de que é necessário criar um produto nutritivo diante dos inúmeros prejuízos causados pelas escolhas erradas que fazemos quando nos alimentamos: doenças, poluição, desperdício, perdas, etc. 

A base de tudo está na consciência de que precisamos mudar o que foi feito até agora e trabalhar para a minimização de impacto negativo e pelo bem-estar social. 

Certamente, o capitalismo que vivemos ainda hoje não funciona, mas é importante entender que há outras opções de capitalismo, como o criativo, o colaborativo e o integral. O modelo do capitalismo consciente ganhou força nos últimos anos e diversas experiências provaram que ele  funciona, demonstra eficiência e sucesso. 

Capitalismo consciente: propostas semelhantes 

Especialistas da área costumam ter como referência outras propostas que se alinham ou complementam às práticas de capitalismo consciente. A maior parte delas surgiu no século passado e até hoje continuam fazendo sentido. São elas: 

  1. Sustentabilidade ambiental: com referências pautadas pelas obras Triple Bottom Line (de John Elkington, em 1994), Capitalismo Natural (de Hawken, Lovins e Lovins, em 1999) e Capitalismo Sustentável (de Al Gore, em 2013). 
  2. Inclusão social: cujas referências bibliográficas são Negócios Inclusivos (de C.K. Prahalad, em 2004), Empresa Social (de M. Yunus, em 2007) e Capitalismo criativo (de Bill Gates, em 2008). 
  3. Criação de Valor Social: referenciada pelos conceitos de Capitalismo Consciente (de John Mackey e Raj Sisodia, em 2009), B Corporations (do Estado de Maryland, em 2010) e Valor compartilhado (de M.E. Porter e M.R. Kramer, em 2011). 

Vamos dar escala a esse novo modelo de capitalismo para transformar a nossa sociedade atual e passar pelas crises prezando pela vida e pelo bem-estar social. A MGN está aqui para ajudar empresas a criarem e desenvolverem projetos que priorizem a transformação social positiva com consciência. 

É chegado o momento de desenvolver marcas que constroem valor para as pessoas, que eduquem e oportunizem o desenvolvimento da nação. Se você acredita neste potencial das grandes corporações, clique aqui e vamos conversar. 

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