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Dia Nacional do Voluntariado: um marco de transformação social

Voluntários do Instituto Lojas Renner no Festival Cultural da Bonja
Última atualização
agosto 20, 2024
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Escrito por
MGN Consultoria

O Dia Nacional do Voluntariado, comemorado em 28 de agosto, é uma data que celebra a dedicação e o compromisso de milhões de brasileiros que doam seu tempo, talento e recursos para causas nobres. 

Instituída pela Lei nº 7.352, de 1985, esta data destaca a importância do trabalho voluntário para a construção de uma sociedade mais justa, solidária e humana. Portanto, ela é mais do que uma celebração, é um convite à reflexão sobre o papel transformador do voluntariado na vida das pessoas e nas comunidades.

📷 Foto: MGN | Voluntários do Instituto Lojas Renner no Festival Cultural da Bonja.

Neste artigo, você vai entender a origem e a importância do Dia Nacional do Voluntariado, conhecer os dados mais recentes sobre o cenário brasileiro, descobrir tendências e ferramentas para potencializar ações sociais e explorar como o voluntariado pode gerar valor real para pessoas, empresas e comunidades. Boa leitura!

O que é o voluntariado?

O voluntariado, uma prática que transcende fronteiras e culturas, tem se revelado uma força vital para a construção de um mundo mais justo e solidário, seja agora, ou no futuro. Trata-se da atuação espontânea e solidária de pessoas que se dedicam a causas sociais, ambientais ou culturais sem expectativa de remuneração.

Essa prática fortalece o tecido social ao promover a empatia, a inclusão e o desenvolvimento coletivo, sendo uma ferramenta estratégica para gerar impacto positivo em larga escala. Além de transformar comunidades, o voluntariado também contribui para o crescimento pessoal e profissional de quem participa, especialmente em contextos organizacionais e projetos com foco em ESG.

À medida que avançamos para um futuro cada vez mais digital e interconectado, o papel dos voluntários se reinventa, explorando novas formas de engajamento e impacto social. Afinal de contas, a combinação de tecnologia e altruísmo aponta para um horizonte onde as barreiras físicas e temporais são superadas, permitindo que ações voluntárias alcancem e transformem comunidades globalmente. 

Então, neste cenário em constante evolução, refletir sobre o voluntariado e seu futuro é essencial para entender como podemos maximizar seu potencial e enfrentar os desafios emergentes com criatividade e dedicação.

No entanto, apesar dessas oportunidades, também surgem desafios. Por exemplo, a necessidade de garantir a segurança digital, manter a motivação dos voluntários à distância e assegurar que o impacto seja mensurável são questões que precisam ser abordadas com atenção e inovação.

🔎 Leia mais: Gestão de voluntariado: o que é e como fazer?

📷 Foto: MGN | Voluntários Esfera e equipe MGN em ação voluntária na Casa Ondina Lobo. Saiba mais sobre este projeto aqui.

A Lei do Voluntariado no Brasil

No Brasil, o trabalho voluntário é regulamentado pela Lei nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998

Esta legislação define o serviço voluntário como uma atividade não remunerada prestada por pessoa física a entidades públicas de qualquer natureza ou a instituições privadas sem fins lucrativos, que tenham objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social.

Essa legislação tem um papel crucial para garantir segurança jurídica às organizações e aos voluntários, ao exigir a assinatura de um Termo de Adesão, documento que formaliza o vínculo, define claramente as atividades a serem realizadas e evita qualquer interpretação de vínculo empregatício. Esse cuidado é essencial para instituições que desejam estruturar programas de voluntariado sob práticas de governança, compliance e ESG.

📷 Foto: Site do Senado Federal | Lei do Voluntariado disponível online no site do Senado, veja aqui.

É importante destacar que, apesar de sua origem na década de 1990, a lei continua vigente e aplicável, sendo frequentemente citada em diretrizes complementares de boas práticas do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Ela também se diferencia de iniciativas de prestação de serviços pro bono, que envolvem pessoas jurídicas ou profissionais com CNPJ, mesmo quando não há pagamento envolvido.

Organizações interessadas em ampliar o alcance e a legitimidade de suas ações voluntárias devem considerar, além da legislação, recursos como modelos de Termo de Adesão, diretrizes de engajamento seguro e plataformas oficiais, como o portal Voluntariado.gov.br.

🔎 Acesse também: As cinco crises globais e seus impactos na estratégia social das empresas

História do Dia Nacional do Voluntariado no Brasil

O Dia Nacional do Voluntariado foi instituído em um período marcado por mobilizações sociais e pela redemocratização do país. A criação da data teve como objetivo valorizar a atuação de pessoas e organizações comprometidas com o bem comum, reconhecendo o papel estratégico da sociedade civil na transformação social.

A década de 1980 no Brasil foi um momento decisivo de retomada da participação popular, e o voluntariado emergiu como uma ferramenta poderosa para suprir demandas sociais urgentes e fortalecer laços comunitários. Ao oficializar a data no calendário nacional, o governo incentivou uma cultura de solidariedade ativa e protagonismo cidadão.

Mais do que um marco simbólico, o 28 de agosto passou a representar o compromisso coletivo com a construção de um país mais justo, humano e inclusivo. Hoje, a data é reconhecida por organizações públicas e privadas como uma oportunidade para inspirar, mobilizar e reconhecer iniciativas de impacto.

Números relevantes sobre voluntariado no Brasil

De acordo com a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, conduzida pelo Instituto Datafolha em parceria com o IDIS, o país conta com aproximadamente 57 milhões de voluntários ativos, o equivalente a 34% da população adulta. Esse número representa um salto expressivo em relação às edições anteriores da pesquisa: em 2011, apenas 25% da população havia se engajado em atividades voluntárias, e em 2001, esse índice era de 18%.

Além disso, a pandemia da Covid-19 impulsionou significativamente a atuação voluntária: 47% dos voluntários passaram a se engajar mais com causas sociais durante esse período. A média mensal de dedicação também cresceu — de 5 horas em 2011 para 18 horas por mês por pessoa em 2021, totalizando aproximadamente 12 bilhões de horas de trabalho voluntário ao ano em todo o Brasil.

Quanto ao perfil dos voluntários, 51% são mulheres, e a faixa etária predominante está entre 30 e 49 anos, o que demonstra uma participação ativa de adultos em idade produtiva. Em termos de escolaridade, metade possui ensino médio completo ou superior incompleto, e 39% vivem com até dois salários mínimos mensais.

As principais causas apoiadas também evoluíram ao longo da última década. Famílias e comunidades se destacaram como o público mais beneficiado pelas ações voluntárias, com um aumento de 12% para 35% entre 2011 e 2021. A população em situação de rua também recebeu atenção ampliada, com crescimento de 20 pontos percentuais. Além disso, houve valorização das causas animais (de 1% para 9%) e de pessoas com deficiência (de 3% para 9%).

Esses dados reforçam não apenas a relevância social do voluntariado no Brasil, mas também sua capacidade de se adaptar às demandas contemporâneas, mostrando um compromisso crescente da sociedade com a transformação e a inclusão. Entre 2011 e 2021, por exemplo, o número de pessoas voluntárias e comprometidas com causas sociais cresceu mais de 200%

🔎 Talvez isso te interesse: Nossa parceria com a Universidade da Pensilvânia

Principais áreas temáticas dos voluntários 

A pesquisa revelou que a principal atividade realizada pelos voluntários é a “captação e distribuição de recursos”, como roupas, alimentos, água e remédios. Isso evidencia uma tendência contínua de engajamento comunitário e responsabilidade social, demonstrando que cada vez mais indivíduos estão dispostos a dedicar seu tempo e suas habilidades para promover mudanças positivas e enfrentar desafios globais de forma colaborativa.

De acordo com Marcelo Nonohay, sócio fundador e diretor executivo na MGN, “o período da pandemia fez que com que muitas pessoas entendessem que a gente vive em uma grande desigualdade no país. Isso fez com que muitas pessoas se mobilizassem para doar e participar socialmente”. 

Afinal, a palavra que descreve o perfil do brasileiro voluntário é solidariedade!

No entanto, Marcelo afirma que após esse período de pandemia houve uma queda no número de pessoas voluntárias. Isso coloca em jogo o futuro do voluntariado, levantando questionamentos quanto à captação e retenção de pessoas atuando no social. 

📷 Foto: Instituto C&A | Nosso parceiro Instituto C&A une impacto social e moda em seu Programa de Voluntariado, alinhando assim a temática voluntária com a estratégia do negócio. Saiba mais sobre a Semana Moda para o Bem, um de seus projetos de voluntariado corporativo, clicando aqui.

Voluntariado no mundo: o que diz o Dia Internacional do Voluntário?

Ao compreender os avanços e desafios do voluntariado no Brasil, é importante também olhar para o cenário global. Desde 1985, a Organização das Nações Unidas (ONU) celebra em 5 de dezembro o Dia Internacional do Voluntário, uma data que reconhece a contribuição de milhões de pessoas que, em diferentes países, atuam de forma solidária e estratégica para transformar realidades.

Essa mobilização internacional reforça a importância do voluntariado como ferramenta essencial para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e para a consolidação da Agenda 2030, agenda essa que tem ganhado espaço em empresas e organizações brasileiras comprometidas com práticas ESG.

Saiba mais sobre o Dia Internacional do Voluntário e como ele se conecta aos ODS acessando nosso conteúdo completo: mgnconsultoria.com.br/dia-internacional-do-voluntariado/

O futuro do voluntariado

O futuro do voluntariado no Brasil aponta para uma maior integração entre tecnologia e ações sociais. Então, você como indivíduo, que quer ser um voluntário do futuro, considere desenvolver algumas habilidades, como: 

  • Educação digital;
  • Análise de dados;
  • Pensamento crítico e habilidades interpessoais;
  • Liderança.

Ainda segundo Marcelo, a grande vantagem em ser voluntário está em permitir que as pessoas se exponham a novos públicos, situações e realidades. 

Ou seja, o voluntariado é a melhor forma de desenvolver empatia. Afinal de contas, é possível desenvolver a habilidade de lidar melhor com questões de diversidade, equidade e inclusão.

Além disso, ser voluntário proporciona que cada indivíduo crie conexões interpessoais, promova benefícios e transformações sociais, desenvolva o autoconhecimento e aperfeiçoe habilidades. Assim, como resultado, é possível expandir a visão de mundo, reduzir o estresse e melhorar o bem-estar.

  • Plataformas e tecnologias para facilitar a gestão e aumentar o impacto
    Plataformas digitais têm facilitado a conexão entre voluntários e organizações, permitindo assim, uma maior flexibilidade e alcance das atividades voluntárias. A pandemia de COVID-19, por exemplo, também trouxe novas formas de voluntariado, como o voluntariado virtual, onde pessoas podem contribuir remotamente com suas habilidades e conhecimentos.
    Além disso, há uma tendência crescente de valorização do impacto social, com organizações e voluntários buscando medir e demonstrar os resultados concretos de suas ações. Esta abordagem focada em resultados tem o potencial de aumentar a eficácia das iniciativas voluntárias e atrair mais pessoas para esta causa.

🔎 Confira também: Plataforma de voluntariado: tudo o que você precisa saber antes de adotar essa tecnologia

  • Voluntariado remoto/online
    A digitalização do voluntariado abre um leque de possibilidades inovadoras, como o voluntariado online, onde habilidades e conhecimentos podem ser compartilhados virtualmente, e o uso de plataformas de crowdfunding para apoiar causas urgentes.
    Além disso, as redes sociais amplificam vozes e causas, mobilizando pessoas de maneira mais rápida e eficaz.

🔎 Saiba mais: Voluntariado online: por onde começar? 

  • Voluntariado corporativo
    O voluntariado corporativo tem se destacado como uma importante vertente do trabalho voluntário no Brasil. Afinal, empresas de diversos setores têm incentivado seus colaboradores a se envolverem em ações voluntárias, seja por meio de programas internos, seja em parceria com ONGs e outras instituições.
    Segundo a pesquisa da IDIS, cerca de 69% das pessoas só são voluntárias porque a empresa incentiva essas ações. Segundo Marcelo, “quando uma empresa estimula seus colaboradores a serem voluntários, de certa forma ela também entrega para a sociedade o que ela tem de melhor, além de contribuições financeiras”.
    Ele ainda complementa: “Voluntariado corporativo deixou de ser uma tendência apenas de grandes empresas, pequenas e médias também estão desenvolvendo esse senso de participação na comunidade”.
    Ou seja, o voluntariado corporativo traz benefícios tanto para a comunidade quanto para as próprias empresas. Afinal, fortalece a imagem institucional, aumenta o engajamento e a satisfação dos colaboradores, e promove o desenvolvimento de competências como liderança, trabalho em equipe e empatia.

Assista ao depoimento de uma voluntária durante ação de revitalização na Associação Monte Azul.

Compreender o que é o voluntariado hoje e como ele pode se adaptar e crescer no futuro é fundamental para continuar promovendo mudanças positivas e duradouras na sociedade. 

O voluntariado não é apenas uma ação de bondade, mas um compromisso contínuo com a construção de um futuro melhor para todos.

Por que investir em programas de voluntariado gera valor tangível?

Mais do que uma ação solidária, o voluntariado estruturado é uma estratégia de alto impacto social e organizacional. Programas bem planejados contribuem para o fortalecimento da cultura de responsabilidade, aumentam o engajamento de colaboradores, reduzem indicadores de estresse e promovem um ambiente de trabalho mais colaborativo e inovador.

De acordo com a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, 95% dos voluntários também doam bens materiais e 50% doam recursos financeiros, evidenciando o fortalecimento da cultura de doação no país. Além disso, o voluntariado corporativo tem se consolidado como ferramenta de reputação institucional e construção de valor compartilhado.

Ao mensurar o impacto dessas iniciativas, seja em horas doadas, causas beneficiadas ou transformação social promovida, empresas e organizações conseguem alinhar suas ações a indicadores de ESG, promover resultados mensuráveis e consolidar seu papel como agentes de mudança.

Formação de novos voluntários: o papel da educação

Para que o voluntariado se fortaleça de forma contínua e sustentável, é essencial que seu valor seja incorporado desde cedo à trajetória das pessoas. Escolas e universidades desempenham um papel estratégico na formação de novos voluntários ao fomentar competências como empatia, colaboração, liderança e consciência social, pilares do desenvolvimento humano e da cidadania ativa.

Projetos interdisciplinares, atividades extracurriculares e programas de extensão universitária que incentivam o engajamento em causas sociais ajudam a construir uma cultura de voluntariado mais sólida e permanente. Além disso, ao introduzir o voluntariado em ambientes educacionais, amplia-se o entendimento sobre direitos, deveres e corresponsabilidade coletiva.

Formar voluntários desde a juventude não só fortalece o capital social do país, mas também prepara novas gerações para atuarem com propósito, senso crítico e capacidade de gerar impacto positivo dentro e fora do ambiente escolar ou corporativo.

Como começar a fazer trabalho voluntário? Guia prático para iniciantes

Se você deseja se engajar em causas sociais, mas não sabe por onde começar, saiba que dar o primeiro passo no voluntariado pode ser mais simples, e transformador, do que parece. O mais importante é alinhar sua disponibilidade, habilidades e valores com projetos que gerem impacto real e façam sentido para você.

Aqui está um checklist rápido para quem quer iniciar com propósito:

  1. Escolha uma causa que te mobilize: educação, saúde, meio ambiente, direitos humanos, cultura, entre outras.
  2. Defina quanto tempo pode dedicar: frequência, dias disponíveis e formato (presencial ou remoto).
  3. Busque organizações sérias e transparentes: verifique histórico, valores e estrutura dos projetos.
  4. Assine o Termo de Adesão ao Serviço Voluntário: formalizar sua participação protege você e a instituição.
  5. Monitore o impacto do que faz: refletir sobre sua atuação fortalece o engajamento e gera aprendizado contínuo.

Ao iniciar no voluntariado, você não apenas contribui para a transformação de realidades, mas também amplia sua visão de mundo, fortalece habilidades interpessoais e desenvolve um senso mais profundo de propósito. Seja individualmente ou por meio de ações corporativas, cada gesto voluntário importa e pode ser o começo de uma jornada pessoal e profissional de grande impacto. Que tal dar o primeiro passo hoje?

A MGN e o seu papel no voluntariado empresarial

A MGN desempenha um papel crucial no voluntariado empresarial. As iniciativas variam desde projetos de sustentabilidade ambiental, até empreendedorismo na moda e inclusão de pessoas trans no mercado de trabalho, refletindo o compromisso da empresa com o desenvolvimento social e o bem-estar coletivo. 

Clique aqui e confira nossos projetos de voluntariado empresarial. 

No blog MGN, você confere uma variedade de artigos que exploram o impacto do voluntariado, dicas práticas para se envolver em projetos comunitários e muito mais. Visite-nos para descobrir como você também pode fazer a diferença e crescer pessoal e profissionalmente através do voluntariado.

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