Comportamentos como poupar antes de gastar, reaproveitar produtos e consumir de forma consciente são fundamentais para construirmos um futuro mais sustentável. Por isso, educação financeira e sustentabilidade são temas que têm relação entre si.
Ao tomar atitudes ligadas à educação financeira, como o uso consciente do dinheiro, a redução dos impulsos consumistas e a reutilização de produtos, as pessoas também estão aderindo a comportamentos favoráveis ao meio ambiente.
Nesse sentido, a educação financeira representa todo processo no qual as pessoas compreendem melhor sua relação com o dinheiro. Quem recebe educação financeira desde criança não é controlado pelo dinheiro, mas ao contrário: constrói uma relação de autonomia, podendo gerar renda.
Contudo, como a maior parte da população brasileira não recebeu educação financeira, fica mais difícil conscientizar para a sustentabilidade. Por isso, os dois temas são considerados urgentes e essenciais para a transformação social.
Segundo uma pesquisa do Serasa em 2021, 85% dos pais e mães ensinam educação financeira, mas, 67% já tiveram o nome sujo. Ou seja, apesar de tentar transmitir a educação financeira para os filhos, muitos pais já se viram endividados.
Educação financeira e sustentabilidade estão diretamente relacionadas com simples ações diárias para reduzir o impacto no meio ambiente. Dessa maneira, essas ações estão atreladas aos 5 R’s.
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O Repensar nos convida a refletir sobre os hábitos de consumo e o descarte. O que você compra é realmente o que precisa ou está consumindo por impulso?
Não é de hoje que a discussão sobre o nível de consumo que a sociedade pratica ganhou proporções cada vez maiores. O Instituto Akatu realizou uma pesquisa sobre o nível de consumo consciente do brasileiro. Em sua última edição, de 2018, a organização constatou que 76% dos 1.090 entrevistados – homens e mulheres como mais de 16 anos – não praticam o consumo consciente.
Isso quer dizer que eles não pensam, por exemplo, sobre a origem do produto que estão comprando ou se a empresa fabricante possui posturas sustentáveis. O principal motivo relatado pelos entrevistados para não realizarem uma compra consciente é que é mais trabalhoso e caro.
Além disso, a pesquisa mostrou também que 68% dos entrevistados já ouviu falar em sustentabilidade, enquanto 61% não sabem o que é um produto sustentável. Por não verem uma postura favorável das empresas e nem dos governos, 37% dos entrevistados disseram não se sentirem seguros para mudar sua postura.
O segundo R, de Reduzir, representa um convite a consumir menos produtos, dando preferência aos que tenham maior durabilidade. Algumas formas de reduzir são:
Recusar produtos que prejudicam o meio ambiente é uma outra ação que impacta diretamente na sustentabilidade. Dessa maneira, alguns dos produtos que podem ser recusados são:
O quarto R é o Reutilizar. Ao pensar em uma nova função para a embalagem de um produto que acabou, por exemplo, você está ampliando a vida útil do produto, além de economizar na extração de matérias-primas virgens.
Dessa forma, existe a possibilidade tanto de criar produtos artesanais a partir de embalagens de vidro, papel, metal ou plástico, quanto de utilizar essas embalagens para armazenar alimentos ou qualquer material miúdo.
Por fim, o último R é o de Reciclar. Reciclar significa reduzir o desgaste de água, energia e matéria-prima, além de gerar trabalho e renda para milhares de pessoas.
Além disso, segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb) e a consultoria PwC (PricewaterhouseCoopers), 24% dos domicílios brasileiros não contam com coleta de lixo, e o índice nacional de reciclagem é de apenas 3,7%.
Trabalhar os 5 R’s pode parecer uma estratégia ligada somente a ações de sustentabilidade. Mas essas práticas também se conectam à educação financeira e sustentabilidade. Ao Repensar, Reduzir, Recusar, Reutilizar e Reciclar, você aprende a definir o que é prioridade, e isso impacta diretamente nas finanças pessoais.
Ao considerar que educação financeira e sustentabilidade são assuntos tão importantes para a transformação social, utilizá-los como temas para um programa de voluntariado, por exemplo, é uma ótima ideia.
E fazer isso de forma criativa é melhor ainda. Nesse sentido, o uso de jogos, dinâmicas e metodologias é uma boa saída para trazer os dois temas para a realidade do beneficiado.
Abaixo, listamos algumas ideias de ações para trabalhar a educação financeira e sustentabilidade:
Economizar no uso de energia elétrica dentro de casa pode auxiliar na diminuição do valor das contas e também ajudar o meio ambiente. Dessa maneira, ações simples, como diminuir quanto tempo usa o chuveiro, quantas vezes deixa as luzes ligadas e a geladeira aberta trazem resultados significativos.
Algumas atitudes quando se vai às compras podem evitar desperdícios de alimentos. Ensinar, por exemplo, a fazer uma lista de compras com o que realmente precisa no mercado antes de sair de casa evita compras desnecessárias. Em outras palavras, isso significa menos embalagem, menos matéria-prima e também economia nas finanças pessoais.
Além disso, é possível também ensinar sobre qual alimento é menos prejudicial ao meio ambiente e ao corpo humano, incentivando a alimentação saudável.
Reaproveitar embalagens de vidro, metal ou plástico aumenta o tempo de vida da matéria-prima. Então, esses tipos de ação ajudam a conscientizar sobre economia na compra de materiais e diminuição do gasto de mais recursos naturais.
Construir cofrinhos com produtos recicláveis é uma ação que liga educação financeira e sustentabilidade. Logo, ajuda na conscientização sobre a importância de economizar e, ainda, recicla materiais prejudiciais ao meio ambiente.
Além disso, com esse tipo de ação, é possível também ensinar sobre planejamento financeiro. Dessa forma, construir três cofrinhos - um para curto prazo (até três meses), outro para médio (até seis meses) e outro de longo (até um ano ou mais) - pode ensinar os pequenos sobre a importância de guardar dinheiro para objetivos futuros.
Como os dois temas atingem todos os públicos, de crianças a idosos, é importante tomar alguns cuidados na hora de planejar ações de educação financeira e sustentabilidade. Entre eles, destacamos:
A educação financeira e sustentabilidade, portanto, são temas que se complementam e são necessários para a transformação social. Além disso, neles, é possível trabalhar atitudes simples que podem fazer grande diferença em comunidades e sociedades inteiras.
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