O Investimento Social Privado (ISP) representa o repasse de recursos privados (empresas) para projetos sociais, que podem ser voltados para cultura, meio ambiente, assistência, de interesse público, entre outros.
O repasse de recursos privados deve ser feito de forma planejada, monitorada e sistemática para que o Investimento Social Privado tenha efetividade e, de fato, atinja os públicos esperados.
Abaixo, vamos entender um pouco mais sobre Investimento Social Privado, sua história e de que forma ele pode ser usado pelas empresas.
O conceito de Investimento Social Privado foi criado em meados dos anos 1990 para definir a forma de atuação social da cidadania. A intenção era diferenciar o ISP das práticas de filantropia tradicional enquanto exercício de caridade.
A criação do conceito do ISP faz parte do contexto da época de seu surgimento, em que houve o crescimento e fortalecimento da sociedade civil organizada e de uma maior interrelação entre diferentes setores.
Com o processo de democratização no Brasil, as empresas passaram por uma revolução em sua produção e na relação com a sociedade. Ampliaram-se as expectativas a respeito de seu papel no desenvolvimento do país para além de suas funções tradicionais econômico-financeiras de geração de empregos e de distribuição de lucro aos acionistas.
O Investimento Social Privado no Brasil é vinculado a duas organizações: o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE) e o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS).
O GIFE tem como papel gerar conhecimento a partir de articulações em rede para aperfeiçoar o ambiente político institucional do Investimento Social Privado, além de ampliar a qualidade, legitimidade e relevância da atuação dos investidores sociais privados.
Já o IDIS tem o foco na criação e participação em ações sociais estratégicas e transformadoras da realidade para a redução das desigualdades sociais no país por meio do Investimento Social Privado. O IDIS opera de duas formas: desenvolvendo iniciativas próprias e oferecendo apoio operacional a projetos de empresas, famílias, indivíduos e comunidades.
A atuação dessas organizações tem um papel extremamente importante para as discussões sobre o Investimento Social Privado no Brasil, especialmente por ajudar a fortalecer este conceito.
Os investimentos sociais são contribuições privadas para benefício público. Nesta definição, dois aspectos são importantes.
Os investidores sociais investem em ações que vão além de beneficiar determinado público de forma emergencial. Por isso, eles investem em ações como:
O investimento social pode ter diferentes origens. No Brasil, o investimento social é fortemente empresarial, mas existem tipos diferentes de investidores sociais. São eles:
Investimento Social Empresarial: Corresponde a atividades sociais, culturais e ambientais promovidas com recursos de origem empresarial e governadas por pessoas vinculadas à empresa mantenedora.
Investimento Social Comunitário: Representam organizações sem fins lucrativos que reúnem recursos de uma ou mais organizações ou indivíduos, gerando um fundo usado para investimentos em determinada comunidade.
Investimento Social Familiar: São organizações sem fins lucrativos, criadas e mantidas por uma família e governadas por seus membros. Não apresentam vínculos de governança ou gestão com a empresa, mesmo que esta seja uma empresa familiar.
Investimento Social Independente: São organizações sem fins lucrativos, mantidas geralmente por mais de uma organização ou indivíduo. Sua gestão é independente de seus mantenedores.
O conceito de Investimento Social Privado foi pensado por um grupo de empresas, institutos e fundações que deram origem ao GIFE. Ele foi criado para diferenciar a atuação social das empresas da forma tradicional de filantropia, predominantemente assistencialista.
Assistência social e assistencialismo: qual a diferença?
Os elementos fundamentais que diferenciam o Investimento Social Privado das práticas filantrópicas são:
As empresas podem optar por gerenciar diretamente suas ações ou promovê-las por meio de institutos e fundações criados especialmente para isto.
É comum existir na empresa um departamento de Investimento Social Privado, ligado às áreas de responsabilidade social empresarial ou sustentabilidade. Mas também existem aquelas organizações que têm o ISP gerenciado por outros departamentos, como Comunicação e Marketing, Relações Institucionais e Recursos Humanos.
Leia mais sobre Responsabilidade Social Empresarial
É importante ressaltar aqui que as empresas possuem obrigações legais a cumprir, especialmente em relação às questões ambientais. Esse tipo de recurso não deve se confundir com aquele que é investido em ações definidas pela empresa de forma voluntária.
O departamento que gerenciar o Investimento Social Privado na empresa deve ter clareza sobre o que é voluntário e o que é derivado de uma obrigação legal.
O investimento social é extremamente vantajoso para a empresa e os motivos são diversos. Alguns deles são:
Alinhamento aos negócios: O Investimento Social Privado pode estar conectado às estratégias comerciais, aproximando-se de temas sociais críticos para seu negócio.
Melhoria da imagem da empresa: Ter uma responsabilidade social reconhecida é uma forma de melhorar a imagem da empresa na sociedade e, consequentemente, ter seus produtos e serviços em alta no mercado.
Proximidade com a comunidade onde atua: É importante desenvolver uma relação forte e de longo prazo com a comunidade onde a empresa está localizada. A empresa será mais bem-sucedida a medida em que essa comunidade for mais desenvolvida.
O voluntariado empresarial é uma das formas de praticar o Investimento Social Privado, por meio da responsabilidade social.
O voluntariado empresarial visa incentivar, organizar, apoiar e reconhecer ações voluntárias de participação cidadã de seus profissionais e demais públicos de relacionamento, em prol da sociedade, segundo o Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial (CBVE).
Para que o voluntariado empresarial possa acontecer de forma efetiva, é importante que suas ações estejam ligadas ao negócio e façam parte do planejamento de responsabilidade social da organização.
Leia mais sobre voluntariado empresarial
Compartilhe